sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Reflexão

             O que vem à sua mente quando ouve a palavra “abandono”? E a palavra “fome”? Muitos de vocês devem estar agora desejando que chegue o horário de ir embora para ficar em casa conectado às redes sociais. Pois é, meus caros, isso não é uma lição de moral, contudo espero que toque as suas mentes.
             Sabem aqueles livros que muitos de vocês carregam como um peso nas costas? Eles, do jeito que se encontram, podem fazer a felicidade de uma criança carente.
           Irei dizer-lhes o que pesa a partir das minhas impressões obtidas durante uma visita à Cidade de Plástico (Periperi): Pesa pensar que temos uma educação de qualidade e por vezes não damos valor; Pesa desejar estar em um imenso rodízio de churrasco ou pizza, enquanto muitas crianças não têm nem um pão dormido para aliviar sua fome; Pesa reclamar da falta sem ao menos saber o significado real dessa palavra; Pesa querer o supérfluo ao mesmo tempo em que nossos semelhantes não têm o necessário.
          Tenho certeza de que quando imaginam um ambiente de pobreza lembram imediatamente da África, mas Salvador não fica muito atrás. Existe um lugar, aqui mesmo em Salvador, que mais parece uma maquete do descaso – não só do governo, mas nosso também. Um pedaço recortado do continente que todos associam à miséria e colado na bela e turística Salvador.
        Na cidade do Carnaval, das belas praias, do acarajé, das baianas, do clima tropical e do povo aconchegante e receptivo existe uma cidade onde impera a Lei da Sobrevivência; onde não existe saneamento, não chegam correspondências e o luxo é zero. Como diria o mestre Chico Xavier: “Uns queriam uma vida mais amena; outros, apenas viver”.
Mayara Simões

Um comentário: